sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Debussy.

Debussy nasceu em 1862, e morreu de câncer em 25 de março de 1918, portanto aos 76 anos. Na ocasião, os alemães bombardeavam Paris no finalzinho da primeira guerra mundial.






Sua música marcou toda uma geração de grandes compositores franceses, como De Falla, Albéniz, Satie, Saint Saëns, Kodaly, Resphigi e Poulenc, entre outros.

Foi um grande pianista durante os 12 anos em que estudou no conservatório de Paris, embora nunca tenha ganho nenhum prêmio. Conta-se porém que o músico russo Igor Stravinsky fez sobre ele o seguinte comentário: "Deus! Como aquele homem tocava bem piano!"

Debussy só começou a compor, depois de ter completado 30 anos!

Suas bases musicais foram fundamentadas nas obras de Liszt e Chopin, mas não se tornaria um seguidor do romantismo.

Embora não aprovasse o rótulo de "Impressionista" para a sua música, Debussy é considerado um compositor de música impressionista. 

Debussy foi contemporâneo dos grandes pintores impressionistas Monet, Manet, Degas e Renoir.

Diz-se que a sua música encontrou ressonância nas suas pinturas, e na literatura de Boudelaire, Mallarmé e Paul Claudel. Sons que transformados em imagens, transmitem visões, e sentimentos.

Claire de lune, é sem dúvida um bom exemplo disso, pela magistral impressão sonora da luz do luar.

Debussy foi contemporâneo do celebrado compositor alemão Wagner, autor de obras monumentais, o qual exerceu uma enorme influência, sobretudo nos músicos da sua própria época. Debussy porém buscava uma música revolucionária, que rompesse com os conceitos da tonalidade e do academicismo da época, não tendo sido influenciado por ele.

Certa vez, o seu mestre Giraud depois de ouvir um encadeamento de acordes de Debussy ao piano, disse-lhe: "É bonito, não nego, mas é teoricamente absurdo." Debussy respondeu: "Não há teoria, basta ouvir. O prazer é a regra."

O timbre foi escolhido por Debussy como o parâmetro determinante da sua criação musical, tendo deixado de lado o primado da tonalidade.

A sua primeira obra prima foi Prélude à l'Après-Midi dun Faune (Prelúdio a tarde de um Fauno), em 1894. Escreveu-a baseado em um poema de Stéfane Mallarmé. É a imagem sonora de um Fauno adolescente (criatura mágica, metade garoto, metade cabra) descansando em uma árvore, em uma tarde de verão. Preguiçosamente ele observa as ninfas brincarem. Tenta sem entusiasmo alcançá-las, sonha sonhos eróticos e retorna para sua soneca.

A estréia desse poema sinfônico se deu em Paris, no dia 22 de dezembro de 1894, e alguns críticos consideraram a sua apresentação, como o marco inicial da música moderna.

Em 1909, "Prelúdio à tarde de um Fauno" tornou-se um dos mais polêmicos Balés do século, o qual projetou o bailarino Russo Nijinsky. Ele representou o fauno, em trajes em que aparecia quase que completamente nú. O Balé causou escândalo, mas a sua música foi reconhecida ser "sedutora, transgressora, mas muito, muito, muito agradável.

Há curiosidades que de certo modo ligam Debussy à música do nosso continente Sul Americano, e até à America.

Em 1910, a menina brasileira Guiomar Novais, aos 13 anos de idade, ganhou em Paris, o primeiro lugar em concurso para jovens talentos. Participaram da banca examinadora, o diretor do Conservatório de Paris Gabriel Fauré (também um famoso compositor) e Claude Debussy. 

Guiomar Novais, que tornou-se uma das grandes pianistas do século XX, foi intérprete preferencial da música de Fauré e Debussy.

Os nossos vizinhos argentinos, sentiram a influência de Debussy, na música de Astor Piazzola.

E quanto aos americanos? A influência musical de Debussy chegou até lá, através do jazz do seu pianista Bill Evans.

Debussy deixou além de muitas obras musicais importantes, muitos seguidores. Escolhi duas das suas obras para aqui proporcionar a sua escuta. Claro que o fiz pelo meu grau de preferência, entre aquilo que atualmente conheço do seu acervo.

Certamente os recursos proporcionados pela net, facilitam a todos que a ela tem acesso, encontrarem caso tenham interêsse, informações mais detalhadas sobre Debussy, e a sua obra.

Clair de lune, por David Oistrakh ao violino e Fridda Bauer ao piano, em gravação de 1962, em Paris:



"Prelúdio à tarde de um Fauno" representado por Nureyev (Originalmenente foi representado por Nijinsky):




Fontes: 
Crucial Classics - How to Enjoy the Best Music in the World - de Kenneth & Valerie McLeish  e  Grandes Compositores da Música Clássica - da Abril Coleções.